SEGUROS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O QUE ESPERAR DA COP30 E DO FUTURO DO SETOR
- sabrina0570
- 27 de ago.
- 2 min de leitura
Com a COP30 marcada para novembro, em Belém, o mercado de seguros coloca as mudanças climáticas no centro das atenções. No 3º Workshop de Seguros para Jornalistas, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), líderes e especialistas destacaram como os eventos extremos estão pressionando governos, empresas e o próprio setor segurador a se reinventar.

Um alerta que vem de longe
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, lembrou que o mercado de seguros percebeu os riscos climáticos ainda nos anos 1970. Hoje, os números falam por si: só em 2024, as perdas seguradas globais somaram US$ 145 bilhões, e no Brasil 1.690 eventos climáticos extremos geraram impacto econômico de R$ 368 bilhões – dos quais apenas R$ 6 bilhões foram absorvidos pelo seguro.
Modelar riscos nunca foi tão difícil
Com eventos cada vez mais intensos e imprevisíveis, calcular riscos se tornou um desafio. Dyogo defende ampliar a base segurada para melhorar a precificação e antecipa novidades na COP30, como seguros voltados para florestas e emissões de carbono. “Essas soluções têm impacto direto na vida das pessoas e precisam envolver o setor público, hoje ainda pouco protegido”, afirmou.
Ciência e tecnologia como aliadas
O especialista da USP Paulo Artaxo alertou que mais da metade dos riscos globais nos próximos dez anos estarão ligados ao clima, com reflexos diretos na economia e na saúde. Projetos como o hub de dados socioambientais e climáticos “Mapas das Cidades” prometem dar mais transparência e ajudar seguradoras na análise de riscos.
Maria Netto, do Instituto Clima e Sociedade, reforçou: investir em resiliência reduz drasticamente prejuízos econômicos. E a integração entre setor público e privado será essencial para proteger municípios mais vulneráveis.
Desafios regulatórios e novas soluções
Representantes do governo e do Congresso destacaram avanços como:
Seguro paramétrico, introduzido pela SUSEP em 2020;
Títulos de risco de seguros (ILS), alternativa ao resseguro tradicional;
Circular 666/2022, que integrou riscos climáticos ao marco regulatório do setor.
Também foi discutida a criação de um seguro catástrofe nacional para apoiar regiões afetadas por eventos extremos.
O Brasil chega à COP30 com propostas concretas
Segundo Aloisio Melo, Secretário Nacional de Mudança do Clima, a conferência será “um espaço de soluções, ação e implementação”, com foco em:
zerar o desmatamento até 2030,
triplicar fontes renováveis e eficiência energética,
reduzir dependência dos combustíveis fósseis.
Entre os destaques brasileiros está o mecanismo “Florestas Tropicais para Sempre”, que pretende remunerar diretamente agentes que preservam e recuperam florestas, transformando a conservação em ativo econômico.
Por que isso importa para o mercado de seguros?
A frequência e intensidade de eventos climáticos está mudando padrões de risco.
O seguro se torna peça-chave na proteção do patrimônio público e privado.
Reguladores e seguradoras precisam criar produtos inovadores para populações vulneráveis, empresas e governos.
A COP30 será uma oportunidade única para consolidar o papel do Brasil como líder em descarbonização, adaptação climática e inovação no setor segurador. O futuro do mercado passa por integração, tecnologia e visão de longo prazo.







Comentários